Introdução
A epilepsia é uma condição neurológica caracterizada por crises recorrentes provocadas por descargas elétricas anormais no cérebro. Apesar do estigma, é uma doença relativamente comum, que pode afetar pessoas de todas as idades. Muitas vezes, o desconhecimento faz com que pacientes e familiares demorem a procurar ajuda, acreditando que os episódios se resumem a convulsões. No entanto, as crises epilépticas são variadas e podem se manifestar de formas sutis, como lapsos de atenção, olhar fixo ou movimentos repetitivos. Com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível alcançar grande controle das crises e viver com qualidade.
Sinais e tipos de crises
As crises podem ser classificadas como focais ou generalizadas. As focais iniciam em uma região específica do cérebro e podem causar sintomas motores localizados, alterações sensoriais, distorções visuais ou auditivas e até experiências subjetivas estranhas, como déjà-vu ou odores inexistentes. Já as generalizadas envolvem os dois hemisférios cerebrais desde o início e incluem crises de ausência, mais comuns em crianças, e as crises tônico-clônicas, que envolvem perda de consciência, rigidez e abalos musculares.
Os sinais de alerta incluem crises recorrentes e inexplicáveis, quedas súbitas, episódios de confusão, mordedura da língua, incontinência urinária ou sonolência prolongada após eventos. É fundamental procurar atendimento neurológico ao notar esses sintomas, especialmente quando as crises duram mais de cinco minutos ou se repetem em sequência.
Diagnóstico
O diagnóstico de epilepsia começa pela história clínica detalhada, incluindo descrição dos episódios por testemunhas. O exame neurológico é realizado para descartar outras causas, e o eletroencefalograma (EEG) é ferramenta essencial para registrar a atividade elétrica cerebral. Em alguns casos, é necessária a realização de vídeo-EEG, que permite correlacionar sinais clínicos com o padrão elétrico. Exames de imagem, como a ressonância magnética, podem identificar malformações, cicatrizes, tumores ou outras alterações estruturais relacionadas às crises.
Tratamento
O tratamento da epilepsia é altamente individualizado. Em muitos pacientes, uma única medicação é suficiente para controlar completamente as crises. Antiepilépticos modernos oferecem eficácia com menos efeitos colaterais, e a escolha depende do tipo de crise, idade do paciente e presença de outras doenças. A adesão é fundamental: suspender ou esquecer doses pode aumentar muito o risco de crise.
Nos casos em que a epilepsia não responde bem a dois ou mais medicamentos adequadamente escolhidos, considera-se a epilepsia refratária. Nessas situações, o tratamento pode incluir cirurgia de epilepsia, estimulação do nervo vago, estimulação cerebral responsiva e até mesmo dieta cetogênica supervisionada. Todas essas opções devem ser discutidas em centros especializados.
Convivendo com a epilepsia
O paciente com epilepsia deve aprender a reconhecer gatilhos individuais, como privação de sono, consumo de álcool em excesso e estresse. É importante manter sono regular, praticar atividade física com cautela, ter suporte psicológico quando necessário e contar com familiares informados sobre primeiros socorros durante crises. Com orientação adequada, muitos pacientes podem estudar, trabalhar, dirigir e levar uma vida plena.
A informação e a quebra de preconceitos são partes fundamentais do cuidado. Ao contrário do que muitos acreditam, epilepsia não limita a capacidade intelectual e não deve ser motivo de exclusão social.
Conclusão
Epilepsia é uma condição controlável em grande parte dos casos, desde que tratada de forma adequada e contínua. O acompanhamento neurológico garante segurança no uso de medicamentos, avalia novas opções terapêuticas e proporciona qualidade de vida aos pacientes.
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