Introdução
O Acidente Vascular Cerebral, conhecido como AVC, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Popularmente chamado de derrame, o AVC acontece quando o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro é interrompido, causando morte de células nervosas em poucos minutos. Essa interrupção pode ocorrer por obstrução de uma artéria (AVC isquêmico) ou pelo rompimento de um vaso sanguíneo (AVC hemorrágico). Em ambos os casos, a urgência no atendimento é fundamental: cada minuto sem tratamento pode significar perda irreversível de neurônios. Por isso, entender os sinais de alerta e a importância de buscar ajuda médica imediata pode salvar vidas e reduzir sequelas.
Como reconhecer os sinais
Uma forma simples de identificar um AVC é lembrar da regra do “SAMU”:
- Sorriso: quando a pessoa tenta sorrir e a boca fica torta.
- Abraço: ao levantar os braços, um deles cai ou não se move.
- Música/fala: dificuldade para articular palavras ou fala arrastada.
- Urgência: agir rápido e chamar ajuda imediatamente.
Além desses sinais clássicos, outros sintomas podem surgir: perda súbita de visão em um ou ambos os olhos, dor de cabeça muito forte e diferente do habitual, perda de equilíbrio, tontura intensa ou confusão mental repentina.
Qualquer um desses sinais deve ser tratado como emergência. Não se deve esperar para ver se melhora sozinho — quanto mais cedo o atendimento, maiores as chances de recuperação.
Diagnóstico e tratamento agudo
Ao chegar ao hospital, o paciente com suspeita de AVC passa por uma tomografia de crânio para diferenciar entre o tipo isquêmico e hemorrágico, já que o tratamento varia. No caso do AVC isquêmico, pode ser indicada a trombólise intravenosa, que é a aplicação de medicamento capaz de dissolver o coágulo que bloqueia a artéria. Esse tratamento só pode ser feito em um período restrito de tempo após o início dos sintomas, geralmente até 4,5 horas. Em alguns casos, quando há grandes artérias obstruídas, pode-se realizar a trombectomia mecânica, um procedimento em que o coágulo é retirado por meio de cateterismo.
No AVC hemorrágico, o foco do tratamento é controlar a pressão arterial, corrigir distúrbios de coagulação e, se necessário, realizar procedimentos cirúrgicos para conter o sangramento e reduzir a pressão intracraniana.
Reabilitação e prevenção secundária
Depois do tratamento inicial, inicia-se a fase de reabilitação. Muitas vezes, o paciente precisa de fisioterapia, fonoaudiologia e terapia ocupacional para recuperar funções motoras, de linguagem e de deglutição. Quanto mais precoce for o início da reabilitação, melhores os resultados.
Além disso, é fundamental investigar e tratar as causas do AVC para evitar novos episódios. Isso pode envolver o uso de medicamentos antiagregantes, anticoagulantes, controle rigoroso da pressão arterial, do diabetes e do colesterol, além de mudanças de estilo de vida.
A prevenção secundária é tão importante quanto o tratamento imediato, pois quem já teve um AVC tem maior risco de apresentar outro.
Fatores de risco e prevenção primária
A maior parte dos AVCs poderia ser evitada com controle adequado dos fatores de risco. A hipertensão arterial é o principal deles, seguida pelo diabetes, colesterol elevado, tabagismo, sedentarismo, obesidade e uso excessivo de álcool. Outro fator relevante é a fibrilação atrial, um tipo de arritmia cardíaca que favorece a formação de coágulos. Dormir bem e tratar distúrbios do sono, como a apneia obstrutiva, também é uma forma eficaz de reduzir riscos.
Ter consultas médicas regulares, adotar uma alimentação balanceada, rica em frutas, verduras, fibras e pobre em gorduras saturadas e sal, além de praticar atividade física regularmente, são medidas que fazem diferença real na prevenção.
Conclusão
O AVC é uma emergência neurológica em que cada minuto faz diferença. Reconhecer os sinais de alerta e buscar atendimento rápido aumenta as chances de recuperação e reduz sequelas. Ao mesmo tempo, investir em prevenção é a forma mais eficaz de reduzir o risco de enfrentar esse problema tão grave. O acompanhamento com um neurologista é essencial para identificar fatores de risco e estabelecer estratégias de cuidado individualizadas.
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